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Servidor Apache

O servidor Apache é um servidor web livre amplamente utilizado na Internet.

O Apache implementa o lado servidor da Aplicação Web e atende requisições de clientes Web, ou navegadores, através do Protocolo HTTP (HyperText Transfer Protocol).

O Apache pode transferir para o cliente Web diferentes tipos de documentos, incluindo páginas HTML (Hipertext Meta Language), arquivos em formato PDF, arquivos de imagens, etc.

Um documento pode ser um simples arquivo em disco, mas também pode ser gerado dinamicamente através de tecnologias Web como PHP, JSP, ASP e outras. Estas tecnologias se caracterizam por uma linguagem de programação integrada ao servidor web, obtendo dele informação sobre como gerar o conteúdo da resposta [1].

Instalação do Apache no Ubuntu

Instalação
sudo apt-get install apache2

Uma vez instalado o servidor Web já estará funcionando com um página Web básica, chamada index.html, localizada no diretório:

/var/www/http/

O servidor Web poderá ser testado com um navegador utilizando o endereço de loopback 127.0.0.1 (na própria máquina) ou através do endereço IP da máquina em uma rede.

Para o gerenciamento do apache deve instalar também alguns utilitários, disponíveis no pacote:

sudo apt-get install apache2-utils

Configuração do Apache no Ubuntu

Organização dos arquivos

O apache é um aplicativo modular e se limita a executar a tarefa de entregar páginas HTML ou outros tipos de arquivos a clientes. Qualquer outra tarefa é executada por módulos externos.

Por exemplo, para acesso a uma página PHP, o servidor apache repassa a requisição para o módulo mod_php, que aciona o interpretador PHP que processa a página e entrega ao apache para este entregar ao cliente [2].

Arquivos de condfiguração
Os arquivos de configuração do apache também são modulares e estão organizados dentro do diretório /etc/apache2:
/etc/apache2/
|-- apache2.conf
|       `--  ports.conf
|-- mods-enabled
|       |-- *.load
|       `-- *.conf
|-- conf-enabled
|       `-- *.conf
`-- sites-enabled
        `-- *.conf
  • O arquivo apache2.conf contem configurações diversas do servidor;
  • O arquivo ports.conf contem a configuração das portas TCP que o servidor vai escutar;
  • O diretório sites-available contem a configuração dos sites hospedados;
  • O diretório mods-available contem a configuração dos módulos.
  • O diretório conf-available contem a configuração de fragmentos globais do apache.

Sites hospedados

Configuração default

Quando o apache é instalado é criado o arquivo /etc/apache2/sites-available/000-default.conf que contém a configuração de um site padrão. Este site usa o diretório /var/www/http para armazenar as páginas Web, sendo o arquivo index.html a página base do site.

Se o servidor Web vai armazenar um único site, esta configuração é suficiente.

Hospedagem de vários sites

O apache pode armazenar vários sites simultaneamente, cada um representado por um arquivo de configuração no diretório sites-available.

Para armazenar vários sites simultaneamente é necessário criar um endereço IP alias, por exemplo:

ifconfig eth0:0 192.168.100.10 netmask 255.255.255.0

Cria-se então um arquivo de configuração para o site, por exemplo redes10.conf, e armazena o mesmo no diretório sites-available. O conteúdo do arquivo contém as seguintes informações básicas:

<VirtualHost 192.168.100.10:80> 
  #Endereço IP e porta de escuta

  ServerName www.redes10.edu.br
  # O nome de servidor

  ServerAdmin webmaster@redes10.edu.br
  #Administrador do site

  DocumentRoot /var/www/http/redes10
  # Diretório onde estão os documentos desse site

  <Directory /var/www/http/redes10>
    Options Indexes
    DirectoryIndex index.html index.php
    order allow,deny
    allow from all
  </Directory>
  # As restrições de acesso aos documentos
   
</VirtualHost>

Para tornar o site disponível, cria-se um link do arquivo de configuração para o diretório sites-enabled, como por exemplo:

ln -s /etc/apache2/sites-available/redes10.conf /etc/apache2/sites-enabled/redes10.conf
Caso se desejar tornar o site indisponível, sem remover a configuração, apenas se apaga o link simbólico.

Os comandos a2ensite e a2dissite ativam e desativam os links de forma automática, por exemplo [2]:

a2ensite redes10.conf
(ativa)
ou
a2dissite redes10.conf
(desativa)

Depois de modificada a configuração, reiniciar o servidor apache:

service apache2 restart

Exercício

Criar sites virtuais para armazenar no servidor apache, para tal realize os seguintes procedimentos:

  • Crie pelo menos dois IP alias para responder pelos sites.
  • Crie arquivos de configuração para os sites.
  • Crie diretórios para armazenar as páginas dos sites no diretório /var/www/html/.
  • Crie paginas HTML e salve nos diretórios do site correspondente, cada uma com o nome index.htlm.
  • Testar o acesso ao servidor Web usando o endereço IP dos sites a partir de um navegador.

Para ter acesso as páginas Web a partir do nome do site seria necessário um servidor DNS, entretanto, para fins de teste, podemos incluir o nome dos sites que queremos acessar no arquivo /etc/hosts, para tal:

  • Edite o arquivo /etc/hosts e acrescente linhas com o nome dos sites, por exemplo:
192.168.100.10   www.redes10.edu.br
Dicas
Para não haver conflito de endereços IP entre as diversas equipes, utilizar a rede 192.168.100.0/24 e utilizar faixas específicas de IP para cada grupo.
Compartilhar entre os grupos os endereços IP e nomes dos sites para testar acesso aos servidores dos demais colegas.

Módulos

A configuração dos módulos também é realizada em dois diretórios separados:

  • mods-available, que contém a configuração e os scripts de inicialização dos módulos disponíveis;
  • mods-enabled, que são os módulos habilitados.

Para habilitar um módulo, usamos o comando:

a2enmod

Para desabilitar um módulo, usamos o comando:

a2dismod

Suporte a PHP

O PHP é uma linguagem para criação de páginas Web dinâmicas e gerenciamento de conteúdos.

Uma página escrita em PHP é interpretada por interpretador que fica carregado continuamente na memória e vai executando os comandos recebidos dos scripts incluídos nas páginas.

Com o suporte ao PHP o Apache continua exibindo diretamente páginas com a extensão .html. Entretanto, as páginas com extensão .php são passadas ao interpretador PHP, que faz o processamento e devolve uma página .html ao Apache, que se encarrega de entregar ao cliente [2].

As páginas .html geradas pelo interpretador PHP são descartadas depois de entregues ao cliente. A cada nova requisição elas são processadas novamente. Dependendo da complexidade do código, as páginas PHP podem ser bastante pesadas. Para sites com grande número de acessos a configuração do servidor deve ser robusta para não tornar o serviço lento.

Instalação do PHP
No Ubuntu o PHP é instalado através do pacote:
apt-get install php5
Depois é necessário instalar o módulo do Apache para trabalhar com PHP:
apt-get install libapache2-mod-php5

Exercício

Criar páginas PHP e hospedar nos sites criados no servidor Web desenvolvido no exercício anterior. Testar o acesso as páginas PHP em um navegador.

Suporte ao MySQL

O MySQL é um banco de dados que pode ser acessado a partir de um script PHP.

Um servidor Apache com suporte ao PHP e acesso ao banco de dados MySQL é conhecido como servidor LAMP (Linux/Apache/MySQL/PHP).

Instalação do MySQL
apt-get install mysql-server

Depois de instalado deve-se criar a base de dados MySQL com o comando:

mysql_install_db

O passo seguinte é ativar o servidor:

/etc/init.d/mysql start
Senha
O MySQL possui um usuário padrão chamado root que tem acesso completo ao banco de dados e é usado para a configuração do sistema. Inicialmente este usuário não tem senha, mas depois de iniciado deve-se, por segurança, definir uma senha com o comando:
mysqladmin -u root password SENHA
Administração do banco de dados MySQL
A forma elementar de administrar o MySQL é a partir do prompt de comandos:
mysql -u root -p

A administração do banco de dados MySQL não é objeto desta disciplina, portanto, consulte referências para administrar o MySQL.

Referências

  1. VALLE, O. T. Gerência de Redes, Diário Aula, 2014. http://wiki.sj.ifsc.edu.br/wiki/index.php/GER20706-2014-1
  2. 2,0 2,1 2,2 MORIMOTO, C. E. Seridores Linux: Guia prático, Sul Editores, Porto Alegre, 2013.

--Evandro.cantu (discussão) 09h04min de 16 de dezembro de 2015 (BRST)