Servidor Linux: mudanças entre as edições
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Edição das 20h56min de 23 de agosto de 2019
Servidor Linux
- Origem
- A origem do sistema operacional Linux é o Unix, o qual era um sistema operacional para servidores e computadores de médio porte das décadas de 1980 e 1990. O Unix foi escrito em Linguagem C, para computadores PDP-11 (DEC - Digital Equipament Corporation), demonstrando a relativa facilidade de migração para outros computadores. A DEC foi uma empresa pioneira de computadores nos EUA e tinha entre seus produtos os mini-computadores PDP e VAX, muito populares nas comunidades científica e de engenharia nos anos 70 e 80. A DEC foi comprada pela Compaq, que por sua vez se fundiu com a Hewlett-Packard [1].
- Vários sistemas comerciais foram desenvolvidos a partir do Unix, como o Unix BSD (Universidade de Berkeley), o Unix System V (AT&T) e, com o desenvolvimento dos computadores pessoais, o Linux [2].
- Utilização do Linux como servidores
- O Linux hoje é utilizado em desktops, laptops, smartphones e outros dispositivos. Contudo, o papel de servidor se mantem, sendo um dos sistemas operacionais mais utilizados na montagem de servidores de rede local e servidores Internet [2]:
- Um servidores de rede local provê serviços de rede aos usuários em uma rede local, incluindo o papel de roteador provendo acesso a Internet, servidor proxy (Squid), servidor DHCP, roteador NAT, firewall (iptables) e servidor de arquivos e impressão (Samba).
- Um servidor Internet é um servidor dedicado a prover serviços na Internet. Um exemplo é um servidor Web montado com Apache, um interpretador PHP e um banco de dados MySQL, conhecido como servidor LAMP. Outros serviços de rede também podem fazer parte do servidor, como servidor FTP para disponibilizar arquivos de forma pública, sistema de quotas para administrar espaço de armazenamento, servidor DNS, servidor de Email e outros.
Servidor dedicado e administração remota
Um servidor Linux pode ser uma máquina física dedicada para prover serviços de rede ou uma máquina virtual hospedada em um datacenter. Em ambos os casos, normalmente o servidor é montado com uma estrutura enxuta, com o modo gráfico desativado, liberando os recursos do hardware para o papel de servidor. Neste caso, a administração do servidor acaba sendo feita remotamente, principalmente utilizando SSH.
Servidor Linux Ubuntu
O sistema operacional Ubuntu lança uma nova versão para desktops e servidores a cada seis meses, nos meses de abril (versão ano.04) e outubro (versão ano.10). Cada versão tem atualizações de segurança gratuitas por pelo menos 18 meses. A versão de Longo Tempo de Suporte (LTS), lançada nos anos pares no mês de abril, o suporte é três anos para desktops, e cinco anos para servidores.
- Últimas versões Lixux
- Ubuntu 19.04
- Ubuntu 18.10
- Ubuntu 18.04 LTS
- Ubuntu 17.10
- ...
Na disciplina de Administração de Servidores vamos utilizar última distribuição Ubuntu LTS para servidores.
Comandos Básicos Linux
Embora o Linux possua interface gráfica, como o Gnome ou KDE, o administrador do sistema muitas vezes prefere (ou necessita) executar comandos de linha em um terminal.
O ambiente tradicional do Unix é o CLI (Command Line Interface), onde você digita os comandos para dizer ao computador o que ele deve fazer.
- Site para treinar comandos básicos
- Terminal Linux.
- Sites com comandos básicos para revisar
- http://www.infowester.com/comandoslinux.php
- https://www.vivaolinux.com.br/dica/Comandos-basicos-para-iniciantes
Comandos úteis para o administrador
Um bom administrador de rede deve dominar um conjunto de comandos de linha, pois muitas das ações no servidor deverão ser realizadas via terminal de comandos.
- Principais comandos a disposição do administrador para o dia a dia no sistema
cd - muda diretório pwd - mostra diretório atual ls - lista conteúdo do diretório atual ls -l - para ver permissões de acesso ls -a - para ver arquivos ocultos cp - cópia de arquivos cp -r - cópia recursiva para diretórios mv - mover arquivos e diretórios rm - remover arquivos e diretórios mkdir - criar diretórios rmdir - remover diretórios man - ajuda sobre comandos
- Comandos para localizar arquivos
- Um comando útil para localizar arquivos no sistema é o comanco locate. Este comando faz uso de um banco de dados dos arquivos criado pelo comando updatedb. Entretando, o comando updatedb deve ser executado pelo menos uma vez antes do locate, e periodicamente para atualizar o banco de dados.
- Exemplo
locate Modelo-PlanoEnsino.odt /home/evandro/Dropbox/AulasIFPR/Modelo-PlanoEnsino.odt
O comando find também permite localizar arquivos, mas procura varrendo toda a árvore de diretórios. Por exemplo:
find /etc -name passwd
- Procura pelas ocorrências do arquivo passwd no diretório /etc.
- Criação de links ou atalhos
- O comando ln permite criar links que se comportam como atalhos para arquivos. Existem dois tipos de links: soft links e hard links:
- soft links (ou links simbólicos): É um atalho estático, se mover ou deletar o arquivo o link fica quebrado;
- hard links: Se o arquivo é movido o link é automaticamente atualizado.
ln arquivo link
O Linux usa muitos links na estrutura de diretórios, que é um recurso muito usado quando os arquivos de sistemas mudam de lugar em uma nova versão.
Editor vi
O vi (Visual Editor) é um dos editores de texto mais usados no mundo Linux/Unix e está disponível em todas as versões e distribuições. Cabe destacar que sistemas embarcados, como num roteador ou equipamento de rede, o editor vi pode ser a única opção disponível.
Uma versão aprimorada deste editor é o vim (VI Improved), no qual é possível abrir múltiplos arquivos, usar seleção visual, mapeamento de teclas, seleção vertical de texto, uso de expressões regulares, sintaxe colorida, repetições entre outras coisas.
- Material de referência
- Aurelio.net
- Instalação do vim
sudo apt-get install vim
Exercício vi
O texto abaixo faz parte do arquivo de configuração dos usuários em um Servidor Linux.
root:x:0:0:root:/root:/bin/bash daemon:x:1:1:daemon:/usr/sbin:/usr/sbin/nologin bin:x:2:2:bin:/bin:/usr/sbin/nologin sys:x:3:3:sys:/dev:/usr/sbin/nologin www-data:x:33:33:www-data:/var/www:/usr/sbin/nologin backup:x:34:34:backup:/var/backups:/usr/sbin/nologin joaop:x:1000:1000:João Pereira,,,:/home/joaop:/bin/bash paulos:x:1001:1000:Paulo Silva,,,:/home/paulos:/bin/bash pedrog:x:1002:1001:Pedro Gomes,,,:/home/pedrog:/bin/bash miguelb:x:1003:1001:Miguell Batista,,,:/home/miguelb:/bin/bash marial:x:1004:1000:Maria Lima,,,:/home/marial:/bin/bash mariom:x:1005:1002:Mario Matias,,,:/home/mariom:/bin/bash
- Abra o editor vi em seguida copie e cole o texto no editor.
- Modifique o nome do usuário João Pereira para João Victor Pereira.
- Corrija o nome do usuário Miguel, removendo somente a letra l excedente.
- Apague a linha do usuário Maria Lima.
- Copie e cole a última linha no final do arquivo.
- Cadastre um novo usuário, chamado Eduardo Moreira, que deverá ser cadastrado com as ID 1006:1001, modificando a última linha inserida no final do arquivo.
Estrutura de arquivos e diretórios do Linux
O diretório raiz (/) do Linux apresenta a seguinte lista de diretórios:
$ ls / bin dev lib proc sbin tmp boot etc media root opt usr cdrom home mnt
Descrição e função dos diretórios:
- /bin: Arquivos binários executáveis de comandos essenciais, como o cp, mv e grep.
- /boot: Arquivos relacionados ao boot e ao kernel.
- /dev: Arquivos associados a ponteiros para dispositivos físicos, como os discos rígidos, placas de som e vídeo etc.
- /etc: Arquivos de configuração dos sistemas e aplicativos instalados na máquina.
- /lib: Bibliotecas do sistema.
- /mnt: Diretório de montagem dos dispositivos de armazenamento .
- /media: Diretório de montagem dos sistemas de arquivos temporários, como pendriver.
- /cdrom: Diretório de montagem do CD-ROM.
- /opt: Arquivos de programas de terceiros, que não acompanham a distribuição.
- /proc: Diretório de informações de processos e hardware do sistema.
- /root: Diretório home do superusuário.
- /sbin: Arquivos binários executáveis do superusuário.
- /tmp: Arquivos temporários.
- /usr: Onde ficam a maioria dos aplicativos instalados no sistema.
- /var: Arquivos de dados variáveis, como spool de impressão, os arquivos de cache e arquivos de log.
Sistema de arquivos
O sistema de arquivos caracteriza o modo como os dados são armazenados em uma partição do dispositivo de armazenamento.
Cada sistema operacional pode trabalhar com um sistema de arquivos específico. Deste modo, caso se queira instalar vários sistemas operacionais em uma máquina, o disco rígido deve ser particionado.
- Particionamento
- O particionamento do disco rígido pode ser realizado durante a instalação do sistema. Geralmente o software de instalação oferece ferramentas para particionar o disco. Entretanto, há ferramentas específicas para isto, como o GParted, disponível nos repositórios do Ubuntu.
Sistemas de arquivos suportados pelo Linux
O Linux tem suporte a vários de sistemas de arquivos, sendo que os principais são:
- ext: extended filesystem, é o mais utilizado pelo Linux. Existem várias extensões (ext2, ext3, ext4) que melhoram a performance do sistema.
- vfat: é o sistema de arquivos do DOS e Microsoft Windows 95 e NT.
- ntfs: é o sistema de arquivos do Microsoft Windows XP e NT.
- nfs: é um sistema de arquivos para redes usado para acessar discos localizados em computadores remotos.
- smb: é um sistema de arquivos para redes que suporta o protocolo SMB, usado pelos Windows for Workgroups e NT. No Linux o Samba implementa o protocolo SMB fazendo com que pareça como sendo um servidor de arquivos Windows.
- iso9660: é o sistema de arquivos para CD-ROM.
O arquivo /proc/filesystems mostra os sistemas de arquivos são suportados pelo seu kernel atual.
Gerenciador da inicialização
Caso o computador tenha mais de um sistema operacional instalado há necessidade de um gerenciador da inicialização para definir a ordem de iniciação do sistema. No Ubuntu o gerenciador da inicialização é o GRUB.
- A edição do arquivo de configuração do GRUB permite alterar a ordem de iniciação dos sistemas operacionais:
sudo gedit /etc/default/grub
- Caso a ordem de inicialização seja alterada o GRUB deve ser atualizado:
sudo update-grub
Gerenciamento de serviços e processos
Cada serviço rodando no Linux, como um Servidor Apache, são chamados deamons ou serviços do sistema [2].
A tarefa de iniciar ou parar os serviços do sistema é automatizada por um conjunto de scripts, localizados na pasta /etc/init.d:
- Para visualizar os serviços no init.d:
cd /etc/init.d ls
- Para iniciar um serviço usa-se o comando:
sudo service apache2 start
- Para parar um serviço usa-se o comando:
sudo service apache2 stop
Cada processo no Linux é um aplicativo ou serviço ativo no sistema.
Para listar todos os processos ativos, usa-se o comando:
ps aux
Para saber a função de um processo, pode-se usar o comando:
whatis
- Por exemplo, para saber qual o processo cron:
whatis cron cron (8) - daemon to execute scheduled commands (Vixie Cron)
Para saber se um processo está rodando, como por exemplo o firefox, pode-se usar o comando:
ps aux | grep firefox evandro 1886 10.6 3.5 980504 261976 ? Sl 18:52 3:09 /usr/lib/firefox/firefox
Para matar um processo deve-se especificar o PID (Identificador do Processo), por exemplo, para matar o firefox:
kill 1886
Caso processo esteja travado, deve utilizar o seguinte parâmetro:
kill -9 1886
Referências
- ↑ DEC na Wikipédia https://pt.wikipedia.org/wiki/Digital_Equipment_Corporation
- ↑ 2,0 2,1 2,2 MORIMOTO, C. E. Seridores Linux: Guia prático, Sul Editores, Porto Alegre, 2013.
--Evandro.cantu (discussão) 18h21min de 5 de julho de 2015 (BRT)