|
|
Linha 1: |
Linha 1: |
| '''Brasil''' (pronuncia-se localmente {{AFI2|bɾaˈziw}}<ref name="pronúncias" group = "nota">A vocalização do {{IPA|/l/}} no fim das sílabas geralmente só não acontece em dialetos influenciados pelos vizinhos falantes da [[língua castelhana]], como na [[Pampas|pampa rio-grandense]] – {{IPA2 |bɾɐˈziɫ}} –, entretanto, em dialetos conservadores do interior do planalto, comumente referidos por caipira, o novo {{IPA|/l/}} semivogal é [[aproximante retroflexa|um rótico retroflexo]], fone herdado de línguas indígenas macro-jê, e não lábio-velar, daí {{IPA2 |bɾɐˈziɻ}}, hoje muito menos comum por pressão sociolinguística da variedade de prestígio. Em todas, assume-se uma prosódia de conversa cotidiana. Em uma prosódia mais clara e formal, como a midiática, geralmente usa-se {{IPA2 |bɾaˈziw}}. Esta mudança de pronúncia da vogal átona pré-tônica não ocorre nas variedades de outros países falantes da língua portuguesa, que conservam a redução de {{IPA |/o ~ ɔ/}} para {{IPA |[u]}}, {{IPA |/e ~ ɛ/}} para {{IPA|[i ~ ɨ]}} e {{IPA|/a/}} para {{IPA|[ɐ ~ ə]}} considerada mais coloquial no Brasil.</ref>), oficialmente '''República Federativa do Brasil''' ({{audio|Pt-br-República Federativa do Brasil.ogg|escutar}}),<ref name="Constituição" /> é o maior [[país]] da [[América do Sul]] e da região da [[América Latina]], sendo o [[Lista de países e territórios por área|quinto maior do mundo em área territorial]] (equivalente a 47% do território sul-americano)<ref name="Área" /> e sexto em [[Lista de países por população|população]] (com mais de 200 milhões de habitantes).<ref name="Pop_IBGE_2017" /> É o único país na [[América]] onde se fala majoritariamente a [[língua portuguesa]] e o maior país [[lusófono]] do planeta,<ref name="CIA Geo">{{citar web|titulo= Geography of Brazil|publicado=Central Intelligence Agency: The World Factbook | ano= 2008| url= https://www.cia.gov/library/publications/the-world-factbook/geos/br.html |acessodata= 3/6/2008}}</ref> além de ser uma das nações mais [[Multiculturalismo no Brasil|multiculturais]] e [[Composição étnica do Brasil|etnicamente diversas]], em decorrência da forte [[Imigração no Brasil|imigração oriunda de variados locais do mundo]]. A sua [[Constituição brasileira de 1988|Constituição atual]], formulada em 1988, define o Brasil como uma [[República federal|república federativa]] [[Presidencialismo|presidencialista]],<ref name="Constituição" /> formada pela união do [[Distrito Federal (Brasil)|Distrito Federal]], dos [[Unidades federativas do Brasil|26 estados]] e dos {{fmtn|[[Lista de municípios do Brasil|5 570 municípios]]}}.<ref name="Constituição" /><ref name=":0">{{citar web|url= http://oglobo.globo.com/pais/com-5-novos-municipios-brasil-agora-tem-5570-cidades-7235803 |título= Com 5 novos municípios, Brasil agora tem 5.570 cidades | acessodata= 10/1/2013| primeiro = Juliana | último = Castro|data=9/1/2013| obra =[[O Globo]]}}</ref>{{nota de rodapé|Para fins estatísticos, o IBGE considera que o Brasil tem 5570 municípios, incluindo Brasília – a capital federal – e Fernando de Noronha, que é oficialmente um território estadual de Pernambuco.<ref name="IBGE2010">{{citar livro|url = http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/censo2010/default_sinopse.shtm |título=Sinopse do Censo Demográfico 2010| editora = [[Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística]]| isbn = 978-85-240-4187-7 | local = Rio de Janeiro|ano=2011|páginas= 261}}</ref>}}
| |
|
| |
|
| Delimitado pelo [[oceano Atlântico]] a leste, o Brasil tem um [[Litoral do Brasil|litoral]] de {{fmtn|7491|km}}.<ref name="CIA Geo" /> O país faz fronteira com todos os outros países sul-americanos, exceto [[Chile]] e [[Equador]], sendo limitado a norte pela [[Venezuela]], [[Guiana]], [[Suriname]] e pelo [[Departamentos de ultramar|departamento ultramarino francês]] da [[Guiana Francesa]]; a noroeste pela [[Colômbia]]; a oeste pela [[Bolívia]] e [[Peru]]; a sudoeste pela [[Argentina]] e [[Paraguai]] e ao sul pelo [[Uruguai]]. Vários [[arquipélago]]s formam parte do território brasileiro, como o [[Atol das Rocas]], o [[Arquipélago de São Pedro e São Paulo]], [[Fernando de Noronha]] (o único destes habitado) e [[Trindade e Martim Vaz]].<ref name="CIA Geo" /> O Brasil também é o lar de uma diversidade de [[Biodiversidade no Brasil|animais selvagens]], [[ecossistema]]s e de vastos [[Recurso natural|recursos naturais]] em uma grande variedade de [[Áreas protegidas no Brasil|''habitats'' protegidos]].<ref name="CIA Geo" />
| |
|
| |
| O território que atualmente forma o Brasil foi [[descoberta do Brasil|encontrado pelos portugueses]] em 1500, durante uma [[Descobrimentos portugueses|expedição]] liderada por [[Pedro Álvares Cabral]]. A região, que até então era habitada por [[Povos indígenas do Brasil|indígenas]] [[Povos ameríndios|ameríndios]] divididos entre milhares de [[grupos étnicos]] e [[Língua natural|linguísticos]] diferentes, torna-se uma [[Colónia (possessão)|colônia]] do [[Império Português]]. O vínculo [[Colonialismo|colonial]] foi rompido, de fato, quando em 1808 a capital do reino [[Transferência da corte portuguesa para o Brasil|foi transferida]] de [[Lisboa]] para a cidade do [[Rio de Janeiro]], depois de [[Guerra Peninsular|tropas francesas]] comandadas por [[Napoleão Bonaparte]] invadirem o [[Portugal|território português]].<ref name="CIA Intro">{{citar web|título=Introduction of Brazil – The World Factbook|editor=[[Central Intelligence Agency]] | ano= 2008| url = https://www.cia.gov/library/publications/the-world-factbook/geos/br.html | acessodata = 3/6/2008}}</ref> Em 1815, o Brasil se torna parte de um [[Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves|reino unido com Portugal]]. [[Pedro I do Brasil|Dom Pedro I]], o primeiro [[imperador do Brasil|imperador]], proclamou a [[independência do Brasil|independência política]] do país em 1822. Inicialmente independente como um [[Império do Brasil|império]], período no qual foi uma [[monarquia constitucional]] [[Parlamento|parlamentarista]], o Brasil [[Proclamação da República do Brasil|tornou-se uma república]] em 1889, em razão de um [[golpe militar]] chefiado pelo marechal [[Deodoro da Fonseca]] (o primeiro [[presidente do Brasil|presidente]]), embora uma [[legislatura]] [[Bicameralismo|bicameral]], agora chamada de [[Congresso Nacional do Brasil|Congresso Nacional]], já existisse desde a ratificação da [[Constituição brasileira de 1824|primeira Constituição]], em 1824.<ref name="CIA Intro" /> Desde o início do período republicano, a governança [[Democracia|democrática]] foi interrompida por longos períodos de [[autoritarismo|regimes autoritários]], até um governo civil e eleito democraticamente [[Nova República|assumir o poder em 1985]], com o fim do [[Regime militar no Brasil|regime militar]].<ref>{{citar web|url= http://www.freedomhouse.org/report/freedom-world/2013/brazil-0 |título=Brazil|editor=[[Freedom House]] | acessodata =28/5/2014}}</ref>
| |
|
| |
| O PIB brasileiro é o oitavo maior do mundo, tanto [[Lista de países por PIB nominal|nominalmente]] quanto por [[Lista de países por PIB (Paridade do Poder de Compra)|paridade do poder de compra]] (PPC).<ref name="fmi" /> O país é um dos principais celeiros do planeta, sendo o maior [[Produção de café no Brasil|produtor de café]] dos últimos 150 anos.<ref name=Neilson102/> É classificado como uma economia de renda média-alta pelo [[Banco Mundial]]<ref name="wb-upper-middle">{{citar web|url=http://data.worldbank.org/about/country-classifications/country-and-lending-groups#Upper_middle_income |título=Country and Lending Groups |publicado=World Bank |acessodata=5/3/2011 |citação=Uppermiddle Income defined as a per capita income between $3,976 – $12,275 |urlmorta= sim|wayb=20110318125456 }}</ref> e um [[país recentemente industrializado]], que detém a maior parcela de riqueza global da América Latina. Como [[potência regional]] e [[Média potência|média]],<ref name="Burges2016">{{citar livro|autor =Sean W. Burges|título=Latin America and the Shifting Sands of Globalization|url=https://books.google.com/books?id=tolwCwAAQBAJ&pg=PA114|data=22/1/2016|publicado=Routledge|isbn=978-1-317-69658-2|páginas=114–115|authormask=|trans_title=|formato=|anooriginal=|oclc=|doi=|bibcode=|id=|citação=|laysummary=|laydate=}}</ref> a nação tem reconhecimento e influência internacional, sendo que também é classificada como uma [[Potência emergente|potência global emergente]]<ref name="FRIDE">[http://fride.org/descarga/com_emerging_powers_eng_abr08.pdf FRIDE: The international arena and emerging powers: stabilising or destabilising forces?], Susanne Gratius, abril de 2008</ref> e como uma [[Superpotência emergente|potencial superpotência]] por vários analistas.<ref name="Collecott">{{citar web|autor =Peter Collecott|url=http://www.diplomaticourier.com/2011/10/29/brazil-s-quest-for-superpower-status/|título=Brazil's Quest for Superpower Status|publicado=The Diplomatic Courier|data=29/10/2011|acessodata=10/8/2014}}</ref> É membro fundador da [[Organização das Nações Unidas]] (ONU), [[G20]], [[BRICS]], [[Comunidade dos Países de Língua Portuguesa]] (CPLP), [[União Latina]], [[Organização dos Estados Americanos]] (OEA), [[Organização dos Estados Ibero-americanos]] (OEI), [[Mercado Comum do Sul]] (Mercosul) e da [[União de Nações Sul-Americanas]] (Unasul).
| |
|
| |
| == Etimologia ==
| |
| {{artigo principal|Etimologia de Brasil}}
| |
|
| |
| == História ==
| |
| {{Artigo principal|História do Brasil}}
| |
|
| |
| === Período pré-colonial ===
| |
| {{Artigo principal|Período pré-colonial do Brasil}}
| |
| [[Imagem:Serra da Capivara - Several Paintings 2b.jpg|esquerda|thumb|[[Arte rupestre]] no [[Parque Nacional da Serra da Capivara]]. Esta região tem a maior concentração de
| |
|
| |
| === Colonização portuguesa ===
| |
| {{Artigo principal|Brasil Colônia}}
| |
| {{Vertambém|Descoberta do Brasil}}
| |
| [[Imagem:Desembarque de Pedro Álvares Cabral em Porto Seguro em 1500 by Oscar Pereira da Silva (1865–1939).jpg|esquerda|thumb|Desembarque de [[Pedro Álvares Cabral]] em [[Porto Seguro]], atual [[Bahia]], em 1500. Óleo sobre tela de [[Oscar Pereira da Silva]] (1922).]]
| |
| A terra agora chamada Brasil (nome cuja origem é contestada) foi reivindicada por [[Império Português|Portugal]] em 22 de abril de 1500, com a chegada da frota portuguesa comandada por [[Pedro Álvares Cabral]].{{HarvRef|Boxer|2002|p= 98}}
| |
|
| |
| A [[colonização do Brasil]] foi [[Brasil Colônia|efetivamente iniciada]] em 1534, quando [[João III de Portugal|D. João III]] dividiu o território em [[Capitanias do Brasil|quatorze capitanias hereditárias]],{{HarvRef |Boxer|2002| pp= 100–1}}{{HarvRef |Skidmore|2003|p= 27}} mas esse arranjo se mostrou problemático, uma vez que apenas as capitanias de [[Capitania de Pernambuco|Pernambuco]] e [[Capitania de São Vicente|São Vicente]] prosperaram. Então, em 1549, o rei atribuiu um [[Lista de governadores do Brasil colonial|governador-geral para administrar toda a colônia]].{{HarvRef|Skidmore|2003|p=27}}{{HarvRef|Boxer|2002|p=101}} Os [[portugueses]] assimilaram algumas das tribos nativas,{{HarvRef|Boxer|2002|p=108}} enquanto outras foram escravizadas ou exterminadas por doenças [[Europa|europeias]] para as quais não tinham imunidade,{{HarvRef|Boxer|2002|p=102}}{{HarvRef|Skidmore|2003|p=30, 32}} ou em longas guerras travadas nos dois primeiros séculos de colonização, entre os grupos indígenas rivais e seus aliados europeus.<ref>{{Citation |primeiro = Marcia |último = Amantino |título= O mundo das feras: os moradores do Sertão Oeste de Minas Gerais – Século XVIII |publicado= AnnaBlume |ano= 2008 | isbn = 978-85-7419846-0 |página= 47}}</ref><ref>{{Citation |primeiro1 = Rachel |último1 = Soihet |primeiro2 = Martha |último2 = Abreu |título= Ensino de história: conceitos, temáticas e metodologia |publicado= Faperj/Ed. Casa da Palavra |ano= 2003 | isbn = 85-8722064-0 |página= 29, 2º§ | url = http://books.google.com./books?id=G6zH9nsR7XAC&pg=PA29 |formato= Google Livros}}</ref><ref>{{Citation |primeiro1 = Adriana |último1 = Lopez |primeiro2 = Carlos G |último2 = Mota |título= História do Brasil; Uma Interpretação |publicado= Ed. Senac |local= São Paulo |ano= 2008 | isbn = 978-85-7359789-9 |páginas= 95 (final) à 97}}</ref>
| |
| [[Imagem:Oscar_Pereira_da_Silva_-_Retrato_de_Joaquim_José_da_Silva_Xavier_-_Tiradentes,_Acervo_do_Museu_Paulista_da_USP.jpg|upright|thumb|[[Tiradentes]] foi [[Pena de morte no Brasil|condenado à morte]] por ter liderado o mais conhecido [[Inconfidência Mineira|movimento por independência]] ocorrido no Brasil Colonial.]]
| |
|
| |
| Em meados do século XVI, quando o [[açúcar]] de [[Cana-de-açúcar|cana]] tornou-se o mais importante produto de [[exportação]] do Brasil,{{HarvRef|Skidmore|2003|p=36}} os portugueses [[Tráfico de escravos para o Brasil#Os primeiros escravos e a legalização da escravatura|iniciaram a importação de escravos africanos]], comprados nos mercados de escravos da [[África Ocidental]].<ref>{{Citation |último = Cashmore |primeiro = Ernest |título= Dicionário de relações étnicas e raciais |publicado= Summus/Selo Negro |local= SP |ano= 2000 | isbn = 85-8747806-0 |página= 39 | url = http://books.google.com./books?id=YDCm6WqtFBwC&pg=PA39 |formato= Google Livros}}</ref><ref>{{Citation |último = Lovejoy |primeiro = Paul E |título= A escravidão na África: uma história de suas transformacões |publicado= Record |ano= 2002 | isbn = 85-2000589-6 |páginas= 51–56}}</ref> Assim, estes começaram a ser trazidos ao Brasil, inicialmente para lidar com a crescente [[demanda]] internacional do produto, naquele que foi chamado [[ciclo da cana-de-açúcar]].{{HarvRef |Boxer| 2002|p= 32–33, 102, 110}}{{HarvRef|Skidmore|2003|p= 34}}
| |
|
| |
| Ignorando o [[tratado de Tordesilhas]] de 1494, os portugueses, através de expedições conhecidas como [[Entradas e bandeiras|bandeiras]], paulatinamente avançaram sua fronteira colonial na América do Sul para onde se situa a maior parte das [[Evolução territorial do Brasil|atuais fronteiras brasileiras]],{{HarvRef | Boxer | 2002 | p=207}}<ref>{{Citation |último = Donato |primeiro = Hernâni |título= Dicionário das Batalhas Brasileiras |publicado= Ibrasa |ano= 1987 | isbn = 85-3480034-0 |páginas= 71–82}}</ref> tendo passado os séculos XVI e XVII defendendo tais conquistas contra potências rivais europeias.<ref name="Ibidem, Donato 1987">Ibidem, Donato 1987</ref> Desse período destacam-se os conflitos que rechaçaram as [[Invasões francesas do Brasil|incursões coloniais francesas]] ([[França Antártica|no Rio de Janeiro em 1567]] e [[França Equinocial|no Maranhão em 1615]]) e que, após o fim da [[União Ibérica]], expulsaram os [[Nova Holanda|holandeses do nordeste]], na chamada [[Insurreição Pernambucana]] — sendo o [[Invasões holandesas no Brasil|conflito com os holandeses]] parte integrante da [[Guerra Luso-Holandesa]].<ref name="Ibidem, Donato 1987" /><ref>Mello, Evaldo Cabral de "Olinda restaurada; Guerra e Açúcar no Nordeste, 1630-1654" Editora 34 Ltda 2007</ref>
| |
|
| |
| Ao final do século XVII, devido à concorrência colonial as exportações de açúcar brasileiro começaram a declinar, mas a descoberta de [[ouro]] pelos [[bandeirantes]] na década de 1690 abriu um [[Ciclo do ouro|novo ciclo]] para a economia extrativista da colônia, promovendo uma [[febre do ouro]] no Brasil, que atraiu milhares de novos colonos, vindos não só de Portugal, mas também de outras colônias portuguesas ao redor do mundo, o que por sua vez acabou gerando conflitos (como a [[Guerra dos Emboabas]]), entre os antigos colonos e os recém-chegados.<ref>Sérgio Buarque de Holanda, Pedro Moacyr Campos e Boris Fausto "História geral da civilização brasileira" Difusão Européia do Livro 1963, Capítulo III</ref>
| |
|
| |
| Para garantir a manutenção da ordem colonial interna, além da defesa do monopólio de exploração econômica do Brasil, o foco da administração colonial portuguesa se concentrou tanto em manter sob controle e erradicar as principais formas de rebelião e resistência dos escravos (a exemplo do [[Quilombo dos Palmares]]),<ref>Ibidem, Donato 1987 p.82</ref> como em reprimir todo [[Movimentos separatistas no Brasil|movimento]] por [[Autonomia#Autonomia em ciência política|autonomia]] ou [[independência]] política (como a [[Inconfidência Mineira]]).<ref>Christiane Figueiredo Pagano de Mello "Forças Militares no Brasil Colonial" E-papers 2009 ISBN 9788576502050 páginas 51, 59, 85</ref><ref>Regina Célia Pedroso "Estado autoritário e ideologia policial" [[Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo|FAPESP]] 2005 ISBN 8598292753 página 67, 2º§ (final) [http://books.google.com.br/books?id=UhSVts8DvF4C&pg=PA67&dq=repress%C3%A3o+brasil+colonial+movimentos+independ%C3%AAncia&hl=pt-BR&sa=X&ei=GOmsUY2aBMTG0AGbu4C4AQ&ved=0CEMQ6AEwAw#v=onepage&q=repress%C3%A3o%20brasil%20colonial%20movimentos%20independ%C3%AAncia&f=false visualização Google livros]</ref>
| |
|
| |
| === Reino unido com Portugal ===
| |
| {{Artigo principal|Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves}}
| |
|
| |
| [[Imagem:Aclamação do rei Dom João VI no Rio de Janeiro.jpg|thumb|esquerda|Aclamação do Rei Dom [[João VI de Portugal|João VI]] do [[Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves]], no [[Rio de Janeiro]].]]
| |
|
| |
| No final de 1807, forças espanholas e [[Guerras napoleônicas|napoleônicas]] [[Guerra Peninsular|ameaçaram]] a segurança de [[Portugal Continental]], fazendo com que o Príncipe Regente [[João VI de Portugal|D. João VI]], em nome da rainha [[Maria I de Portugal|Maria I]], [[Transferência da corte portuguesa para o Brasil|transferisse a corte real de Lisboa para o Brasil]].<ref name="Boxer, p. 213">Boxer, p. 213</ref> O estabelecimento da corte portuguesa trouxe o surgimento de algumas das primeiras instituições brasileiras, como [[bolsas de valores]] locais<ref>Marta Barcellos & Simone Azevedo; "Histórias do Mercado de Capitais no Brasil" - Campus Elsevier 2011 ISBN 85-352-3994-4 Introdução (por Ney Carvalho), Intro. pg. xiv</ref> e um [[Banco do Brasil|banco nacional]], e acabou com o [[monopólio]] comercial que Portugal mantinha sobre o Brasil, liberando as trocas comerciais com outras nações. Em 1809, em retaliação por ter sido forçado a um "autoexílio" no Brasil, o príncipe regente ordenou a [[Invasão da Guiana Francesa|conquista portuguesa da Guiana Francesa]].<ref>Bueno, p. 145.</ref>
| |
|
| |
| Com o fim da [[Guerra Peninsular]] em 1814, os tribunais europeus exigiram que a rainha Maria I e o príncipe regente D. João regressassem a Portugal, já que consideravam impróprio que representantes de uma antiga monarquia europeia residissem em uma [[colônia]]. Em 1815, para justificar a sua permanência no Brasil, onde a corte real tinha prosperado nos últimos seis anos, o [[Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves]] foi criado, estabelecendo, assim, um Estado monárquico transatlântico e pluricontinental.<ref name="Mosher2008" /> No entanto, isso não foi suficiente para acalmar a demanda portuguesa pelo retorno da corte para Lisboa, como a [[revolução liberal do Porto]] exigiria em 1820, e nem o desejo de independência e pelo estabelecimento de uma república por grupos de brasileiros, como a [[Revolução Pernambucana]] de 1817 mostrou.<ref name="Mosher2008">{{citar livro|autor =Jeffrey C. Mosher|título=Political Struggle, Ideology, and State Building: Pernambuco and the Construction of Brazil, 1817–1850|url=http://books.google.com/books?id=T_yszWOZUCkC&pg=PA9|ano=2008|publicado=U of Nebraska Press|isbn=978-0-8032-3247-1|página=9}}</ref> Em 1821, como uma exigência de revolucionários que haviam tomado a cidade do [[Porto]],<ref name="Adelman2006">{{citar livro|autor =Jeremy Adelman|título=Sovereignty and Revolution in the Iberian Atlantic|url=http://books.google.com/books?id=nvFpURNsBRIC&pg=PA334|ano=2006|publicado=Princeton University Press|isbn=978-0-691-12664-7|páginas=334–}}</ref> D. João VI foi incapaz de resistir por mais tempo e partiu para Lisboa, onde foi obrigado a fazer um juramento à nova constituição, deixando seu filho, o príncipe [[Pedro I do Brasil|Pedro de Alcântara]], como Regente do [[Reino do Brasil]].<ref>Lustosa, pp. 109–110</ref>
| |
|
| |
| === Independência e Império ===
| |
| {{Artigo principal|Independência do Brasil|Império do Brasil}}
| |
| [[Imagem:Independence of Brazil 1888.jpg|thumbnail|Declaração da [[Independência do Brasil]] pelo imperador [[Pedro I do Brasil|Pedro I]] em 7 de setembro de 1822. Obra de [[Pedro Américo]] (1888).]]
| |
|
| |
| Em decorrência desses acontecimentos, a coroa portuguesa tentou, mais uma vez, transformar o Brasil em uma [[Colónia (possessão)|colônia]], privando o país do estatuto de [[Reino do Brasil|Reino]], adquirido em 1815.{{HarvRef|Lustosa|2006|pp=117–19}} Os brasileiros se recusaram a ceder e D. Pedro [[Dia do Fico|ficou com eles]], declarando a [[Independência do Brasil|independência do país]] do [[Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves]], em 7 de setembro de 1822.{{HarvRef|Lustosa|2006|pp=150–53}} Em 12 de outubro de 1822, Pedro foi declarado o primeiro imperador do Brasil e coroado D. Pedro I em [[1 de dezembro]] do mesmo ano, fundando, assim, o [[Império do Brasil]].{{HarvRef|Vianna|1994|p=418}}
| |
|
| |
| A [[guerra da independência do Brasil]], iniciada ao longo deste processo, propagou-se pelas regiões norte, nordeste e ao sul na província de [[Cisplatina (província)|Cisplatina]].{{HarvRef|Diégues|2004|pp =168, 164, 178}} Os últimos soldados portugueses renderam-se em 8 de março de 1824,{{HarvRef|Diégues|2004|pp=179–80}} sendo a independência reconhecida por Portugal em 29 de agosto de 1825, no [[Tratado do Rio de Janeiro (1825)|tratado do Rio de Janeiro]].{{HarvRef|Lustosa|2006|p=208}}
| |
|
| |
| A [[Constituição brasileira de 1824|primeira constituição brasileira]] foi promulgada em 25 de março de 1824, após a sua aceitação pelos [[Conselho municipal|conselhos municipais]] de todo o país.{{HarvRef|Vianna|1994|p=140}}{{HarvRef|Carvalho|1993|p=23}} Exaurido no Brasil por anos de exercício do [[poder moderador]], período no qual também enfrentou em Pernambuco o movimento separatista conhecido como [[Confederação do Equador]], e inconformado com o rumo que os [[Miguelista|absolutistas portugueses]] haviam imprimido à sucessão de D. João VI, [[Abdicação de Dom Pedro I|D. Pedro I abdicou]] em 7 de abril de 1831, em favor de seu filho de cinco anos e herdeiro (que viria a ser o imperador [[Pedro II do Brasil|Dom Pedro II]]), e retornou à Europa a fim de [[Guerra Civil Portuguesa (1828-1834)|recuperar a coroa]] para [[Maria II de Portugal|sua filha]].{{HarvRef|Lyra|1977a|p=17}} Como o novo imperador não poderia, até atingir a maturidade, exercer suas prerrogativas constitucionais, a [[Regência (governo)|regência]] foi adotada.{{HarvRef|Carvalho|2007|p=21}}
| |
| [[Imagem:Delfim da Câmara - D. Pedro II. 1875 (edit).jpg|thumbnail|upright|esquerda|[[Pedro II do Brasil|Dom Pedro II]], [[imperador do Brasil|imperador]] entre 1840 e 1889. Pintura de [[Delfim da Câmara]] (1875).]]
| |
|
| |
| Durante o [[Período regencial (Brasil)|período regencial]] ocorreu uma série de rebeliões localizadas, como a [[Cabanagem]], a [[Revolta dos Malês]], a [[Balaiada]], a [[Sabinada]] e a [[Guerra dos Farrapos|Revolução Farroupilha]], decorrentes do descontentamento das províncias com o poder central e das tensões sociais latentes de uma nação escravocrata e recém-independente.<ref name=prado>{{Citar livro|autor=Maria Ligia Prado|autorlink=Maria Ligia Prado|título=A Formação das Nações Latino-americanas |edição=2ª|local=Campinas |editora=Atual/Editora da Unicamp|ano=1986|capítulo=5. o regime monárquico e o estado nacional|páginas=61 e seg.}}</ref> Em meio a esta agitação, [[Golpe da Maioridade|D. Pedro II foi declarado imperador prematuramente]] em 1840. Porém, somente ao final daquela década, as últimas revoltas do período regencial, e outras posteriores, como a [[Revolução Praieira]], foram debeladas e o país pôde voltar a uma relativa estabilidade política interna.<ref name=Fausto/>
| |
|
| |
| Internacionalmente, após a [[Guerra da Cisplatina|perda de Cisplatina]], que se tornou o [[Uruguai]], o Brasil saiu vitorioso de três guerras no [[Cone Sul]] durante o [[Segundo reinado|reinado de Dom Pedro II]]: a [[guerra do Prata]], a [[guerra do Uruguai]] e a [[guerra do Paraguai]] naquele que, além de ter sido um dos maiores conflitos da história (o maior da América do Sul), foi o que exigiu o maior [[esforço de guerra]] na história do país.{{HarvRef|Lyra|1977a|pp=164, 225, 272}}
| |
|
| |
| Concernente à questão da [[Escravidão no Brasil|escravidão no país]], somente após anos de pressão comercial e marítima exercida pelo [[Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda|Reino Unido]], em decorrência da lei "''[[Bill Aberdeen]]''", o Brasil concordou em abandonar o [[Tráfico negreiro|tráfico internacional de escravos]], em 1850. Apesar disso e da repercussão internacional, dos efeitos políticos e econômicos decorrentes da derrota dos [[Estados Confederados da América|Estados Confederados]] na [[Guerra de Secessão|Guerra Civil Americana]] durante a década de 1860, foi apenas em 1888, após um longo processo de mobilização interna e debate para a desmontagem moral e legal da escravidão, que esta foi [[Lei Áurea|formalmente abolida]] no Brasil.<ref>{{Citation |último = Moura |primeiro = Clóvis |título= Dicionário da Escravidão Negra no Brasil |publicado= [[EDUSP]] |ano= 2004 | isbn = 85-3140812-1 |páginas= 15, 48 (2ª coluna) à 50; 69, 70, 153, 241, 386}}</ref>{{HarvRef|Schulz|1994|loc = cap. 6}}
| |
|
| |
| Em 15 de novembro de 1889, desgastada por anos de estagnação econômica, em atrito com a oficialidade do Exército e também com as elites rurais e financeiras (embora por razões diferentes), a monarquia foi derrubada por [[Proclamação da República do Brasil|um golpe militar]].{{HarvRef | Schulz | 1994 | loc = capítulo 7}}<ref>{{Citation |primeiro = Lincoln de Abreu |último = Penna |título= O progresso da ordem: O florianismo e a construção da República | isbn = 978-85-7650186-2 |página= 59, último parágrafo}}</ref>
| |
|
| |
| === Primeira República e Era Vargas ===
| |
| {{Categorização AD e AB de outras wikis}}
| |
| {{Artigo destacado}}
| |
|
| |
| {{Feriados do Brasil}}
| |
|
| |
| {{Ver também sobre o Brasil}}
| |
|
| |
| {{notas}}
| |
| {{Referências |col=3}}
| |
|
| |
| {{Bibliografia sobre o Brasil}}
| |
| {{Ligações externas sobre o Brasil}}
| |
|
| |
| [[Categoria:Brasil| ]]
| |